sábado, 7 de novembro de 2009

Riqueza


E pensar que tão longe precisei ir,
Por tantas cidades, além mares precisei navegar
Para tantas paixões, tantos amores, julgar ter
Quando na verdade, a maior, o mais perfeito,
Do meu lado jamais deixou estar.

Por causa do ouro em teu cabelo,
Deixei de o brilho de outros admirar,
Por medo de te lembrar... limitei-me.
E à tua alva pele, plena das marcas de paixão
Deixei de olhar, em ti, em outras, em todas...
Neguei-me, pois não queria mais te aceitar.

Passaram-se os anos... dois, três, quatro...
Para outras terras caminhei, em direção contrária a tua,

De mim te afastaste, e assim seguimos.
E por mais que caminhasse, por mais que me abrigasse,
Sempre no deserto me encontrava...
Mesmo crendo ter um oásis encontrado... meras miragens.
E tu? O que conseguiste encontrar longe de mim?
As vagas do oceano... fartas de minha ausência.

Hoje, porém, após o mundo circundar,
Tornamos a nossos caminhos entrelaçar...
A moça inocente d´antes, partiu. És mulher feita.
E ainda sim, na beleza de teu sorriso,
Pude ver, por dentre a sensualidade de agora,
A alegria pueril que tanto me encantava...

Bastou um encontro de nossas mãos haver
Para todo o mundo parar de girar
Coincidência? Destino? Fato?

Que importa? Basta que agora somos e estamos.
E pela eternidade que assim for,
Pleno e único há de ser.

Jamais deixei de ver, nos lugares por onde andei...
O ouro e a alvidade que somente em ti encontrei.


Grecco Moralles

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Coração Aflito

Sou um coração pulsante dentro do corpo de um homem.
Sou um homem aprisionado nas intrigas da paixão.

Sou a paixão latente, que fere e cura o coração.
Eu sou coração.


Ver já não é mais como antes...
Via e sentia. Via e me tornava.
Agora apenas enxergo.
Translúcida, porém vazia.
Distorcida paixão

Que outrora interrompia meu olhar... agora a trespassa.


Toque sutil que envolvia, não mais há.

O fascínio, a admiração, o arrepio...não mais há.

Em que se tornou? A que se destinou?
Amor... não mais.

Vida antes vivida... agora despedida.

Lamentos que ficam... talvez saudades incontidas.

Por que não partem junto com tudo que foi partido?

Por que simplesmente não desvaneiam nos vãos de meu coração?


Sou um coração que ao bater... se quebrou.

Sou pedaços de algo antes singelo e único.

Sou a unidade que restou desse amálgama de você e eu, paixão e amor.

Eu sou amor... que não mais há.


O que sou então?


Grecco Moralles


Alma Desnuda

Minha alma, desnuda dos sentimentos mundanos,
Abriga-se agora onde jamais d´antes pôde estar...

Desprotegida, envolve-se secretamente em um limbo,

Ímpio de prazer e paixão, safo de amor e razão.
Minha alma, antes amante, agora desnuda... oculta-se.


Havia-me amor e paixão tantos,
Que à minha pobre alma desnuda, ofuscavam.
Cegavam-me e enganavam-me...
Tanto amor, tanta paixão,

Que a ponto de tocar a felicidade, minha alma desnuda

Julgou-me ser então capaz...
Mas tão logo próximo encontrava-me a tal sensação,
O coração enlouquecia-se e a razão falhava...era minha desnuda alma,

Povoada apenas por loucuras e insentimentos,

Que despedaçava-se avassalada em vasos vazios...

Maltratada em trapilhos... perdida em iniquidades.

Afastada de sua eteridade... vaga na terra.


Minha alma desnuda, prostra-se ante a derrota

Proclamando a mim como seu único dono... novamente.

E a erguendo do chão frio e enlameado de sentimentos

Resguardo-a no castelo desmoronado que ainda há em meu coração.
Minha alma desnuda, antes parte ausente de mim,

Torna ao seu lugar... e ausenta-me do amor.

Minha alma desnuda... Eu sou você.

Grecco Moralles






"Busca Vida" : Paralamas do Sucesso - Um dos meus favoritos

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