segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Amar

Amar é a forma mais bela de aflorar aquilo que há de mais adorável na alma humana. O amor é a flor da alma.

Amar é sentir-se bem, onde quer que esteja, tendo ao seu lado a pessoa amada. O amor é o paraíso dentro de cada um que ama.


Quando os olhos buscam no horizonte, no meio da multidão, alguém especial que há muito esperavam, e quando o encontram o sol surge em alvorada, povoando de luz e prazer a face contente de quem esperava e o ar torna-se tão leve que você parece esquecer de respirar, mas seu peito pulsa loucamente, como se ar não encontrasse... suas pernas tremem, fracas de ansiedade e envolvidas pelo frio que "irradia" de algum lugar dnetro de si, um frio quente que desfila acelerado por todos os ossos, segue espinha acima e domina seu cérebro. Não se tem mais pensamentos, não há razão nem sentido, só consequências da descoberta feita por seus olhos. Nesse turbilhão de sensações que correm desvairadamente por todo corpo e se encontram e chocam em um único lugar: seu coração, há, sem dúvidas, algo mágico e eterno. Quando tudo isso acontecer antes de seus olhos terminarem de piscar, diga para essa pessoa que enfim chegou: "Eu te amo."

"Colha uma flor no enorme jardim, repleto de flores, que é seu coração, seu paraíso, e respire seu perfume"



Grecco Moralles

Saudades

Sinto falta de alguém especial. Não que me complete, mas que me veja como um todo... não que me admire como pessoa ou me ame como homem, mas que simplesmente compreenda meus defeitos (que não são poucos).
Sinto falta de alguém singular, que quando junto a mim, torne-se um par, duas pessoas completas que quando juntas, completem todo o vazio que há no mundo. Sinto falta de uma moça... que me encante com seu sorriso de menina e me enfeitiçe com seu jeito de mulher, que me embale em seu abraço como se eu fosse uma criança e que se aninhe em meus braços como se eu fosse o único homem na terra.
Sinto falta de você, doce moça... Que através de suas palavras, me mostrou a preciosidade de admirar alguém e o calor de desejar esse alguém todos os dias... todas as noites...
Sinto falta de você, minha querida... Dos seus beijos que me aquecem e sua voz que me amansa. De seu corpo que envolve e seu olhar que enternece... Sinto tanto, que a saudade que sinto, o carinho que sinto, não cabem somente em mim, não cabem somente em um coração... Eu precisaria de mais uma vida, mais um coração, para talvez viver todo esse prazer e sentir todos os sentimentos que tenho por você, linda moça.


GRECCO MORALLES


quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

O Rouxinol e a Rosa


(inspirado no conto de Oscar Wilde - O Rouxinol e a Rosa -)
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I
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Já impávido, o sol surgia, demente
Quando em prantos um jovem penitente
Chorava por seu amor que o torturara
Clamava por sua amada que o deixara


Noite ainda quando sua dama lhe falou
"Traze-me uma rosa vermelha de amor
E meu véu de noiva levantarás, tão logo a traga
Antes porém, não mais terá minha mão tão delicada"


"Chega-me cá com a rosa vermelha e me beije
E com esse beijo somente tua eu vou ser
Porém, venha sem a rosa, e para me deixe"


E o jovem amante chorava amargamente, banhado pelo sol
Pois pensava estar só, só que não podia ver
Que de cima de uma árvore, o ouvia o pequeno rouxinol


II

"Onde acharei tão púrpura rosa
Para o meu poder encantar, tão cheirosa?
Nestas tristes paisagens de neve sem flor
Não há única rosa vermelha de rubor"


"Sem a rosa, meu amor perderei
E sem meu amor nada serei
Oh vida! o que será então minha sina
Deixar de ser amado? Eis o que me atina..."


E amargurado, o jovem amante chorava
E os bichos e as plantas por ele se condoíam
E o pequeno rouxinol dele se apiedava


Por sua amada, o jovem chamava...em vão
De tanto chorar, suas pálpebras lhe doíam
E somente o rouxinol, tão puro, entendia seu coração
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III
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Disse então o rouxinol, com voz cantante:
"Sara-te de tua dor, jovem amante
Que a ti farei feliz com um grande favor
Dar-te-ei a mais vermelha rosa flor"


"Não receies o que o destino lhe traz
Cura-te pois de tuas mágoas, nobre rapaz
Que de teu tão puro amor me apiedei
E por ti a mais vermelha rosa buscarei"


E o rouxinol fez tais promessas
Sem que o jovem o entendesse, chorava somente
E nada ouvia além do canto do rouxinol em festas


Entardecia quando para longe voou o rouxinol
Em busca do remédio para o jovem de puro coração
Deixando jovem amante, tristemente só.


IV

Enfrentando chuva e vento
Voou o rouxinol por muito tempo
Até que ao longe uma planta avistou
"É a roseira vermelha", o viajante pensou


Disse o rouxinol à roseira com seu canto:
"Dá-me uma rosa vermelha de encanto
Que para ti, toda noite cantarei
As mais belas canções que só eu sei"


"De bom grado lhe daria, meu amigo
Se rosas vermelhas tivesse aqui em meu dorso
Mas só rosas em meus ramos eu abrigo"


E o rouxinol seguiu em frente, triste
À procura da singela rosa, já receoso
Pelo jovem amante que deixou em riste


V

Voou por mais longe tempo ainda
Por entre folhas e flores tão lindas
Até que adiante, avistou a brilhar
Uma roseira bela de se apreciar


Disse então com voz tão delicada:
"Dá-me uma bela rosa encarnada
Qeu somente para ti cantarei
As mais belas canções que só eu sei."


"Não só uma te daria, mas milhares
Se cá as tivesse, tão belas são
Mas só rosas amarelas tenho, se bem me olhares"


E para longe foi o rouxinol, voando
Para encontrar rosa tão vermelha quanto seu coração
Pelo jovem rapaz, que chorava triste, mas amando


VI

Mais à frente ou rouxinol pode ver
Uma imensa planta ao vento se debater
Perto foi voar e alegre notou
Que enfim, a roseira vermelha encontrou


Falou então o rouxinol à parelha:
"Se realmente és uma roseira vermelha
Apiede-se de mim, servo do amor que sou
E dá-me tua semelhante rosa, sem temor"


"Se para mim deres tão bela rosa
Dar-te-ei minha palavra singela
Que para ti toda noite cantarei minha prosa"


"Cantarei as mais doces melodias
Que os poetas desejam para inspirar, de tão belas
Se me deres a flor encantada de magias."


VII

Respondeu então a roseira com louvor
"Pequeno rouxinol, enviado do amor
Encanta-me com tua promessa divina
E dar-te-ia tal rosa, se a tivesse, tão linda"


"Sou uma roseira vermelha, não te enganas
Mas minhas rosas morreram todas, profanas
Não aguentando o frio matinal, tão forte era
Não resistindo a fria neve, de tão severa"


"Rosas vermelhas demorarão a nascer
Somente quando todo frio cessar
E o quente verão, estas paisagens reter"


"Porém, quando tal dia estiver por vi, airosa
Tens minha sincera palavra, ei de jurar
Que somente tua será a minha primeira rosa"


VIII

"Oh! Não minha solitária roseira
Preciso da rosa hoje de qualquer maneira
Para que possa conseguir o jovem amante
Presentear sua donzela amada de relance"


"Crie, ainda que díficil, um milagre a mais
Una, neste momento, todas as suas forças vitais
E faça com elas a mais perfeita rosa
E dei-me-a, para pelo amor ser honrosa"


"Não notas meu grande desespero?
Por longe tempo voei, sem parar
Para no fim ter tamanho desterro?"


"Tão fraco estou, que mal posso me sentir
Mas mantenho-me firme, sem descansar
Para somente a rosa vermelha enfim conseguir"


IX

"Meu encantável pássaro amigo
É com grande pesar que vos digo
Que não posso uma rosa conceber
Ou em tão pouco tempo a conceder"


"Há porém, uma maneira para a rosa criar,
Mas ai de ti! Temo somente por pensar
Terás de sacrificar tua vida, sem resistir
Para uma rosa vermelha encarnada conseguir"


"Quando a lua cheia brilhar no alto
Terás de apoiar teu peito em meu espinho mortal
Até que seu coração ele toque de sobressalto"

"Então cantar-me-ás uma bela canção
Até o broto, `inda alvo, seu sangue sugar
E encarnado torna-se, como teu coração"


X
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"Se essa é a única maneira, a farei
Pois é por amor tudo o que faço, bem o sei
Olhe, é a lua cheia já chegando
Preparar-me-ei para meu último canto"


Sacrificar-se-ia por uma causa nobre
Apesar de sua vida ser o que lhe cobre
Estava disposto a tudo, por amor
E assim o faria, em seu último clamor...


E disse com sua voz encantada:
"Cá estou pronto, a esperar
Para minha vida, a rosa dar"


"Darei todo meu sangue, se o for preciso
Para o broto ainda alvo encarnar
E torná-lo vermelho, então de narciso


XI
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"Oh, pequeno rouxinol errante
Se-me-á díficil, mas o farei nesse instante
Pois bem sei que tudo é por amor
E somente por ele sofrerás tal dor"


"Agora aproxime deste espinho teu peito
E faça de meus frágeis galhos, teu leito
Comece a cantar agora tua mais bela canção de amar
Continue e não cesses mais de cantar"


E o corajoso rouxinol nada mais via
E mesmo muito fraco, só pensava em cantar
Cantava tanto, que seu corpo já não mais sentia

Sua canção falava de amores abandonados
Aqueles que não são correspondidos no altar
Aqueles que nos deixam só e calados...


XII
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Cantou tanto o rouxinol, de si mesmo algoz
Até que sem forças, perdeu a voz
E caiu devagarinho ao chão, desmaiado
Vendo apenas um desenho vermelho encarnado


Era a rosa vermelha, a roseira garantiu:
" mais bela rosa vermelha que já existiu"
Brilhava tanto, que parecia um vermelho diamante
E com certeza agradaria o amor do jovem amante


"Olhe bem! Criaste a mais bela rosa que há!
Afinal, caro rouxinol, conseguiste
Isto com certeza a jovem amada agradará"


Mas o pássaro não ouvia mais, já penitente
Não mais sentia nem cantava. Sua feição era triste.
Sua alma, enfim, adormeceu celestialmente


XIII
.
E a roseira percebendo que o rouxinol cantante
Já mais vivia para alegrar a floresta dançante
Por ele chorou amargamente, sem sparar
Enquanto os outros animais o adoravam, como em um altar


Enfim, a roseira pediu ao pardal veloz
Que levasse sem demora a rosa algoz
À janela do jovem amante, rapidamente
para que ele a ofertasse à sua amada, de presente


E quando o jovem amante acordou
Viu em sua janela uma bela rosa
De tão linda que era, ele mal acreditou


E sem demora ele a tomou em seus braços
E dirigiu-se à casa de sua amante deleitosa
Para com a rosa reaver seu amor em pedaços


XIV

Porém, a jovem amante ao pegar a rosa
Disse: "Não mai quero essa flor horrorosa
Pois conheci ainda ontem um príncipe, que por mim se apaixonou
E é para ele que eu darei minha mão e todo meu amor


"Acaso uma ros tão feia e seca como couro
É capaz de comparar-se ao brilho do ouro?
Anda! Sai de minha casa, que ocupada estou
E com meu rico príncipe me encontrar eu vou!"


O jovem, de coração partido, foi e adoeceu
Jogada ao chão, ficou a negra rosa
E arrependido de sua vida, o jovem morreu


-Tanto amou o jovem, tanto sofreu o rouxinol
Para no final de toda essa triste saga
vossas vidas serem trocadas por vil metal-"


(e na floresta, todos animais e planta ainda choram de saudades pelo pássaro apaixonado...)


Grecco Moralles

A Difícil Arte de Amar uma Mulher



A mulher é complexa. Complicada e misteriosa. Poucos de nós homens conseguem compreender essa alma oculta que há por trás da beleza e toda graciosidade que habita a face de mulher. E eis aí mais um dos grandes mistérios da humanidade: O rosto de uma mulher. Não importa qual sua expressão, será sempre belo. Quando uma mulher sorri, é como se lançasse aos homens um feitiço poderoso e inquebrável, que os fará amá-la e venerá-la eternamente. Se, no entanto, essa mesma mulher chora, o dia se fecha em uma nuvem obscura e densa. Nenhum homem consegue entender o porquê dessa tristeza, mas todos se julgam culpados... Porque a amam. Por que a veneram!
A mulher é uma viagem. A mais bela e longa que um homem pode fazer. Começa ao beijar-lhe e sentir a volúpia de seus lábios quentes. Segue navegando pelo mar, às vezes tempestuoso e ondulante, outras, calmo e aconchegante, que são os cabelos de uma mulher. Dirigir pela auto-estrada, repleta de curvas e paisagens, seu corpo, onde as mais perfeitas colinas podem ser exploradas. E no momento mais exultante da viagem, banhar-se em um prazeroso mergulho nas águas quentes e envolventes que só uma mulher pode oferecer a um homem.
Infelizmente, como não poderia deixar de ser, poucos homens conseguem compreender a majestade dessa viagem. Muitos se perdem e se iludem em busca da mulher perfeita. Viajam por vários lugares, conhecendo novas pessoas e tentando encontrar a mulher que lhes faça feliz. Tolice. Bastar-lhes-ia uma noite, uma única noite ao lado de uma mulher que os amasse, para que fizessem a mais encantadora e prazerosa viagem de suas vidas. Pois a mulher perfeita não é a que é mais bela, mas sim aquela que realmente aprende a amar um homem. E que é igualmente amada.
Eu tenho meu próprio conceito sobre o amor de uma mulher. Imagine uma enorme biblioteca com os mais diferenciados livros. Todos organizados em prateleiras. E na última, bem lá no alto há somente um livro. Cada um desses livros ensina uma lição sobre a mulher. Conforme o homem vai crescendo, ele vai conseguindo alcançar outras prateleiras, outros livros... outras lições. E assim vai sendo por toda sua vida. Chega, no entanto, o momento em que o homem não cresce mais. E há ainda várias prateleiras a serem alcançadas. Mas nós, homens, somos inteligentes. Usamos uma escada. E continuamos subindo a cada dia. Aprendendo mais a cada lição. Sempre olhando para aquele único livro, misterioso e isolado, que está no topo. Lá está o maior segredo sobre a mulher. O seu amor. Os anos passam, os livros vão se esvaindo e finalmente o homem alcança o livro. O Amor de uma Mulher. Nele, há somente algumas linhas escritas. E eis que o grande segredo é revelado:
“O amor de uma mulher não é uma lição escrita em um livro e que o homem levou uma vida inteira para conseguir alcançá-lo... O amor de uma mulher é a escada que o sustentou até aqui."



Grecco Moralles

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Eu Te Amo


-Eu te amo. – Dissera antes de partir. Mas não amava só com o coração. Seu corpo por inteiro amava. Então só dizer que a amava não bastava para expressar tamanho carinho e bem querer. A mão trêmula do primeiro encontro transformou-se em um delicado e suave toque. Toque que por diversas vezes perdeu-se por dentre as curvas perfeitas de sua amada e reencontrava seu caminho em uma doce sensação de carinho. Mas isso já era passado. Limitava-se a um rápido aceno de mão... triste. Um aceno que dizia: "Eu te amo".

Havia medo nesse amar, como em todos há de existir sempre que forem sinceros. Mas... medos nos afligem, nos causam incertezas e nos fazem tremer frios. E seu coração pulsava compulsivamente, já aflito de saudade mesmo antes de dizer a última palavra de sua despedida. O retorno pra casa era longo e penoso. Como podia permitir-se viver longe dela? Será que suas palavras de hoje foram tão belas quanto as de seu primeiro encontro quando mal falara? Ela voltaria? Eram tantas as incertezas que seu coração parecia não mais bater... mas tremer. Frio, sozinho, com medo. E seu “eu te amo” se transformava em um pedido de socorro.

Seria possível amar tanto assim alguém que não podia retribuir? O vazio de seu quarto e o silêncio da solidão repetiam todos os dias a mesma pergunta. Mas a resposta já não importava mais. Talvez por medo, talvez por certeza. A amava. No momento isso bastava-lhe para sentir-se um homem. E em seu sono, talvez pela dor, talvez pelo prazer, Lilith vinha lhe roubar um beijo toda noite. E toda noite ela voltava, desolada, ao encontro de Morpheu, também desolado. Não havia mais beijos em sua boca. Todos partiram em um suave “eu te amo”.

Quando acordava, acordava sozinho. Caminhava na rua lotada de pessoas apressadas para ir ao serviço, mas caminhava sozinho. Mesmo em sua solidão, estava sozinho. Ouvia tantos bons dias que chegava a pensar que não estava sozinho... mas era só. E em sua solidão, atormentado por incertezas, medos e dúvidas, duas letras lhe surgem brilhantes na tela: “Oi!” E nessas letras seu mundo se reconstruía instantaneamente. E nesse mundo não havia solidão, nem medo, nem pavores nem nada ruim. Apenas ele e ela. E então dizia seu primeiro Bom dia. Mas não era só um bom dia. Era o seu “Eu te amo”.



Grecco Moralles

"Busca Vida" : Paralamas do Sucesso - Um dos meus favoritos

Sempre em busca de inspiração.

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